A fisioterapia uroginecológica é uma especialidade que trabalha com a prevenção e reabilitação das disfunções relacionadas ao assoalho pélvico. Os músculos dessa região desempenham diversas funções no nosso organismo como controlar a urina e as fezes, sustentar os órgãos pélvicos como o útero, a bexiga, o reto, além de contribuir para uma atividade sexual prazerosa.
Os músculos do assoalho pélvico podem sofrer um enfraquecimento muscular com o passar do tempo, causando uma série de problemas e desconfortos que podem ser tratados com a fisioterapia uroginecológica.
O foco do tratamento está em normalizar o tônus muscular, conferindo a força adequada para o restabelecimento das funções do assoalho pélvico. Para isso utilizamos vários recursos:
Cinesioterapia: mais conhecida como exercícios de Kegel, que visam o ganho ou melhora da força e resistência da região perineal;
Eletroestimulação: são estímulos elétricos que melhoram a consciência e tonificação da musculatura do assoalho pélvico e diminuem a dor perineal. Indicado também no tratamento de urgência miccional (vontade exagerada e frequente de urinar);
Biofeedback: é um aparelho utilizado para medir a atividade muscular do assoalho pélvico. Atua por eletromiografia, avaliando a contração, coordenação, força e relaxamento dos músculos do assoalho pélvico através de eletrodos de superfície conectados à borda anal.
As técnicas para reabilitação do assoalho pélvico podem ser aplicadas em diversas disfunções como:
1. Incontinência Urinária: É caracterizada pela perda involuntária da urina. Esta patologia afeta entre 30 e 60% das mulheres durante o período de climatério e na menopausa, mas também pode afetar mulheres em período reprodutivo.
2. Incontinência fecal: Incontinência fecal: É a incapacidade de controlar a eliminação de fezes. Secundário a fraqueza dos músculos do assoalho pélvico.
3. Prolapsos de órgãos: É a exteriorização de órgãos pelo canal vaginal ou anal. Acontece devido ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico e dos ligamentos que tem o papel de sustentar esses órgãos. Os órgãos que geralmente são projetados para fora são bexiga, útero e reto.
4. Disfunção sexual: Os transtornos sexuais podem acontecer tanto no homem como na mulher, em uma (ou mais) das três fases que compõem o ciclo de resposta sexual: desejo, excitação e orgasmo. As disfunções sexuais mais frequentes nas mulheres são o vaginismo (contração involuntária dos músculos impossibilitando a penetração), anorgasmia (dificuldade ou incapacidade de atingir o orgasmo), dispareunia (dor durante o ato sexual). Nos homens os transtornos mais comuns são disfunção erétil (incapacidade de manter a ereção do pênis) e ejaculação precoce (incapacidade de controlar ou adiar a ejaculação).
5. Gestação e parto: Durante a gravidez os músculos do assoalho pélvico sofrem uma maior pressão, porque sustentam além dos órgãos pélvicos, o bebê e os anexos embrionários.
A fisioterapia uroginecológica também pode ser aplicada de forma PREVENTIVA.
Como em qualquer outra região do corpo os músculos do assoalho pélvico deverão ser fortalecidos, caso contrário estarão sujeitos à flacidez. Praticar os exercícios em casa deve ser um hábito, procure um profissional que possa te ensinar os movimentos corretamente.
Enfim, além de proteger a área pélvica de doenças urogenitais e do cólon, a fisioterapia uroginecológica proporciona bem estar ao corpo, melhora do desempenho sexual facilitando a ereção do pênis e a lubrificação da vagina e melhora da qualidade de vida geral.
Saúde, liberdade, funcionalidade!